Você Sabe se Comunicar?

 

Existem pessoas que apreciam e desfrutam bater um bom papo, não importando muito o assunto, ora falam o que pensam, ora ouvem o que as pessoas têm a dizer, são pessoas sociáveis e bem comunicativas.

 

Outras, já adoram e fazem questão de falar, sentem prazer em compartilhar suas opiniões e conhecimentos, e não é incomum que elas não conseguem ouvir as outras, ficam tão empolgadas em falar, que chegam até interromper, são língua solta e falam como uma matraca rs.

 

Há gente que gosta mesmo é de fazer as outras rirem, preferem assuntos mais cômicos e são ótimas companhias para nos arrancar sorrisos até a barriga doer, são alegres e bem divertidos.

 

Há ainda, aquelas que são tímidas, e se dependesse delas, raramente abririam a boca, talvez só com seu melhor amigo, num encontro mais íntimo, a timidez faz com que elas tenham um certo receio de falarem e serem julgadas, serem vistas como bobas e chatas.

 

Também tem indivíduos que são seletivos, veneram conversar, mas só sobre assuntos específicos, que lhes agradam, que despertam curiosidades e interesses, caso contrário ficam entediados e acham cansativos bate papos aleatórios.

 

Somos assim, uns falam muito e tem dificuldade em ouvir o outro, outras gostam mesmo é de ouvir, pelo simples ato de ouvir e também por aprenderem com elas, outros de repente, pensam que não tem nada para agregar e somar, ou que sua opinião não tem importância e relevância, e preferem permanecer em silêncio.

 

Há quem defenda a teoria de que nós mulheres, temos mais habilidades de comunicação que os homens, por isso, para a grande maioria de nós, falamos com certa facilidade de diversos assuntos e por muito tempo.

 

Mas, particularmente eu Ana, na experiência amorosa, e também no meu trabalho, conheci homens que gostavam muito de papear, e por eles, conversariam por muito tempo.

 

Não sei dizer exatamente o motivo, se eles gostavam mesmo de dialogar, ou era os assuntos que lhe interessavam, também não posso descartar o fato de eu ser uma boa ouvinte, fazendo com que eles se sentissem confortáveis e ouvidos.

 

Não gosto muito de rotular as pessoas, porque acredito que cada pessoa é única. Mulheres gostam de conversar e homens também, posso concordar que de repente para os homens falarem sobre sentimentos, não seja uma tarefa tão simples e indolor quanto para as mulheres, eles não gostam de se sentirem vulneráveis e frágeis.

 

Mas, quando o assunto é relacionamento amoroso, saber ter uma boa conversa é necessário para se ter uma relação harmoniosa, aconchegante, leve e agradável.

 

E aqui encontra-se um grande desafio dos casais, pois uma comunicação não clara, ruim e inadequada, pode gerar mais brigas, discussões, mal entendidos, podem criar outros novos problemas e quando não, leva a separação.

 

A comunicação pode nos aproximar, conectar, apaixonar e nutrir o amor, como também, é capaz de criar muros e feridas, e nos afastar e distanciar das pessoas.

 

Por meio da fala, podemos compartilhar nossa vida, nossa história, nossas vivências, pensamentos, sentimentos, o que nos agrada, o que queremos, o que buscamos, o que sonhamos.

 

Comunicamos para as pessoas o que está aqui dentro de nós, às vezes, guardados a sete chaves, outras, só esperando a oportunidade perfeita para sair.

 

A arte de se dialogar, faz parte do amor, às vezes, ela é que dá o ar da graça para a relação, afinal, quando queremos dizer palavras doces, como elogios, declarações, reconhecimentos, é também uma forma de demonstrar amor.

 

Uma boa conversa pode reparar mal entendidos, pode resolver diferenças, limpar as arestas.

 

Todas as pessoas querem sentir que foram ouvidas, ouvidas de verdade, ouvidas de modo literal do que foi dito. Ninguém gosta de não ser compreendido ou mal interpretado.

 

Você já teve a sensação que foi conversar para resolver sobre algum problema e se deu conta que as coisas ficaram piores?

 

Pois bem, saber conversar é um ótimo caminho para resolver os impasses, as dificuldades de qualquer relação.

Evite esses erros

Aqui irei descrever alguns erros que podemos cometer, que não favorecem ou dificultam para se ter uma boa conversa.

 

  • Não conseguir ouvir o que o outro está realmente tentando comunicar, às vezes, pela ansiedade do momento, algumas pessoas tem dificuldade em dar voz ao outro, e falam sem parar.

 

  • Dar a oportunidade do outro de também expressar sua opinião é importante, mas só isso não basta. Um outro erro que nós cometemos é já iniciar o diálogo com opiniões e julgamentos já formados, de quem está certo ou errado, de quem é egoísta e generoso. Então a única coisa que estão dispostos, é provar que tem a razão. Resumo da ópera cada um procura defender sua própria posição.

 

  • Presumir e deduzir que o outro já te conhece,  e por conta disso, você acredita que tem coisas que não precisa dizer, ou dar mais detalhes, explicações, por serem óbvias.

 

As pessoas não são tão previsíveis assim, nem claras e objetivas. O  silêncio para um pode significar desprezo, para o outro, pode representar um simples cansaço e estresse do dia.

 

Então por mais que você esteja numa relação de cinco ou dez anos, e tem a sensação que conhece muito bem sua parceria, não é o melhor caminho supor e imaginar os motivos e as intenções do outro.

 

  • Não saber como falar, usar um tom de voz hostil, usar a ironia e o sarcasmo ou até mesmo, fazer menções de julgamentos, críticas, ofensas.

 

  • Deduzir que o outro irá compreender seus sinais, o que está tentando transmitir. Às vezes, as pessoas mudam de postura, ficam mais caladas, mais fechadas e desejam que o outro descubram o por que e o que estão sentido.

 

Se está chateado, desconfiado, magoado, diga, e não usa sinais ou mudanças de comportamentos, expressões faciais ou mensagens subliminares, para que o outro note.

 

  • Evitar acumular pontos de conflitos, o ideal é conversar conforme os problemas forem aparecendo. 

 

Por que lavar todas as roupas sujas de uma vez, tornarão os problemas maiores do que poderiam ter sido, caso fossem resolvidos no ato, ajuntar dará mais trabalho para resolver e dificilmente uma única conversa dará conta.

 

Você deve estar se perguntando, Ana, então o que poderei fazer para ter uma comunicação, onde conseguirei me entender, resolver e me reaproximar?

 

Continue lendo, que irei apresentar algumas dicas que podem facilitar para que você aprenda os princípios de um bom diálogo.



Regras de Ouro da Comunicação

Todos nós queremos e buscamos sermos aceitos, ouvidos e compreendidos. Então oferecer isso a sua parceira reduzirá discussões, mal entendidos e brigas.



  • A primeira lição que quero compartilhar e talvez seja a mais importante de todas, ou melhor, seja a ideia principal de todo meu texto, é que se você quer ser ouvido de verdade, então tem que aprender a falar sobre si, do que precisa e como se sente em relação às atitudes do outro.

 

Por que quando aprendemos a falar de nós, das nossas sensações, paramos de julgar, fazer suposições, deduzir e rotular as pessoas.

 

Quando começarmos a expor nossos sentimentos sobre os comportamentos do outro, a conversa fica mais leve e fácil para que ele fique disposto a ouvir.

 

Existe uma diferença entre dizer ao outro que o considera frio, cruel e insensível. E falar que se sente,  triste, magoada e desrespeitada. 

 

Vou dar um exemplo para esclarecer melhor o que quero propor.

 

Toda vez que Carla se sente triste, ela chora, é sua forma de colocar seus sentimentos para fora, é assim que fica mais leve. Mas, quando está chorando, seu marido se retira do ambiente. 

 

Carla, gostaria de dizer para seu marido, que seria importante para ela, ele não sair, que pudesse ficar ao seu lado.

 

Na conversa com seu marido, não seria interessante ela dizer que ele é homem insensível e frio.

 

Ela poderia falar sobre ela, como ela se sente em relação a postura dele.

 

Seria mais ou menos assim, “toda vez que eu estou chorando você não me pergunta o motivo e logo saí de perto, quando isso acontece, sinto que não tenho muita importância para você”. 

 

Gostaria que nesses momentos conversasse comigo, assim me sentiria cuidada e amada por você.

 

  • Fale com clareza e objetividade, para que o outro possa compreender exatamente o que você quer transmitir.

 

Precisamos comunicar de modo claro, sem palavras de duplo sentido, para não correr o risco da mensagem ser distorcida, e ficar mal entendidos pelo ar.

 

Não dê informações que podem deixar o outro confuso ou perdido. Seja claro sobre suas vontades.

 

Por exemplo:

 

Uma mulher diz para seu esposo, “nossa que vontade que estou de comer uma torta de chocolate”….. é uma pena que estou de dieta….

 

O marido, com a intenção de agradá-la vai até a padaria, e lembra do que sua esposa disse sobre estar de dieta, então resolve levar uma torta menos calórica e com menos açúcar, então a opção que achou melhor seria a de limão.

 

Quando chega em casa, entrega empolgado a torta, pensando que ela iria ficar feliz, mas ficou surpreso, por que a reação da sua esposa foi oposta ao que ele esperava, ela ficou chateada e um tanto ofendida.

 

Moral da história, precisamos dizer sem rodeios ou mensagens subliminares o que desejamos.

 

Vamos imaginar uma outra situação.

 

Rebeca está incomodada com seu esposo, por que, toda vez que estão juntos ele fica mexendo no celular.

 

Se Rebeca, resolve cobrar por mais atenção, provavelmente Omar não entenderá, por que na visão dele, eles passam muito tempo um com o outro.

 

Ser claro nessa situação, exigiria que Rebeca, falasse que ela gostaria que ele reservasse um tempo para ela, sem distrações, do celular por exemplo.

 

É verdade que Omar está sempre presente de corpo, mas o desejo de Rebeca é uma presença da “alma”.

 

  • Seja um bom ouvinte, todos nós queremos ser ouvidos, deixe a outra pessoa à vontade para se expressar, aceite e acolha o que ela traz, tente não desvalidar com frases como: “você está exagerando”. E não não desminta a versão da outra pessoa, comentando: “você está vendo coisas onde não tem”.

 

Para se ter um bom diálogo, esteja disposto a ouvir de coração aberto sobre o que o outro tem a comunicar.

 

Tenha um pouco de empatia, tente se colocar literalmente no lugar da outra pessoa, tente ouvir como ela ouviria, olhar como ela olharia, sentir o que ela sentiria e pensar como ela pensaria.

 

Nós não gostamos de ouvir que somos insensíveis, egoístas, ou que somos uma péssima mulher ou péssimo marido. Não é de bom tom sermos criticado e julgados.

 

Quando estamos disponíveis para compreender, ouvir, respeitar e acolher,  nossas conversas serão mais fáceis, leves, haverá mais entendimentos, e seremos com certeza mais justos.

 

Resolver dilemas, desembaraços, mal entendidos, impasses, problemas é importante para qualquer relação, e a melhor maneira é através de uma boa conversa.

 

O que achou desse texto?

 

Fez sentido para você? Me conta, quero saber.



Ana Paula de Andrade, psicóloga.

Prazer, sou a Ana

Sou psicóloga clínica e fascinada pelo ser humano, pelas suas potencialidades, virtudes e forças. Nascemos com alguns propósitos, e um deles é sermos felizes. Inspiro as pessoas a terem uma vida virtuosa, onde elas tenham sede de vida, que não se limitam a sobreviver, e que queiram reviver.

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